sábado, 20 de novembro de 2010

Letrar é mais que alfabetizar


LETRAMENTO LEITURA ESCRITA

Nos dias de hoje, ser alfabetizado, isto é, saber ler e escrever, tem se revelado condição insuficiente para responder adequadamente às demandas da sociedade. Há alguns anos, não muito distantes, bastava que a pessoa soubesse assinar o nome, porque dela, só interessava o voto. Hoje, saber ler e escrever de forma mecânica não garante a uma pessoa interação plena com os diferentes tipos de textos que circulam na sociedade. É preciso ser capaz de não apenas decodificar sons e letras, mas entender os significados e usos das palavras em diferentes contextos.

Afinal, o que falta a uma pessoa que sabe ler e escrever? Por que muitos terminam a Educação Básica e não conseguem entender uma bula de remédio ou redigir uma simples carta? Para Moacir Gadotti apud Vargas (2000: 14):

O ato de ler é incompleto sem o ato de escrever. Um não pode existir sem o outro. Ler e escrever não apenas palavras, mas ler e escrever a vida, a história. Numa sociedade de privilegiados, a leitura e a escrita são privilégio. Ensinar o trabalhador apenas a escrever o nome ou assiná-lo na carteira profissional, ensiná-lo a ler alguns letreiros na fábrica como perigo, atenção, cuidado, para que ele não provoque algum acidente e ponha em risco o capital do patrão não é suficiente... Não basta ler a realidade. É preciso escrevê-la. [Grifo da autora].

LETRAMENTO

Letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do aluno.

Magda Becker Soares, professora titular da Faculdade de Educação da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e doutora em educação, explica que ao olharmos historicamente para as últimas décadas, podemos observar que o termo alfabetização, sempre entendido de uma forma restrita como aprendizagem do sistema da escrita, foi ampliado. Já não basta aprender a ler e escrever, é necessário mais que isso para ir além da alfabetização funcional (denominação dada às pessoas que foram alfabetizadas, mas não sabem fazer uso da leitura e da escrita).

O sentido ampliado da alfabetização, o letramento, de acordo com Magda, designa práticas de leitura e escrita. A entrada da pessoa no mundo da escrita se dá pela aprendizagem de toda a complexa tecnologia envolvida no aprendizado do ato de ler e escrever. Além disso, o aluno precisa saber fazer uso e envolver-se nas atividades de leitura e escrita. Ou seja, para entrar nesse universo do letramento, ele precisa apropriar-se do hábito de buscar um jornal para ler, de freqüentar revistarias, livrarias, e com esse convívio efetivo com a leitura, apropriar-se do sistema de escrita.

Afinal, a professora defende que, para a adaptação adequada ao ato de ler e escrever, "é preciso compreender, inserir se, avaliar, apreciar a escrita e a leitura". O letramento compreende tanto a apropriação das técnicas para a alfabetização quanto esse aspecto de convívio e hábito de utilização da leitura e da escrita.

LEITURA

O processo da leitura pode ser definido de várias maneiras, dependendo não só do enfoque dado (lingüístico, psicológico, social, fenomenológico, etc.), mas também do grau de generalidade com que se pretenda definir o termo. Quatro definições serão apresentadas e discutidas aqui: uma geral, duas específicas e uma conciliatória.

A definição geral tem a finalidade de oferecer a essência do ato de ler, servindo de base comum para qualquer definição mais específica. As duas definições específicas atêm-se, cada uma, a um determinado pólo da leitura, desconsiderando o outro. Finalmente, a definição conciliatória tenta captar justamente os elementos que unem os dois pólos, oferecendo uma definição que seja, ao mesmo tempo, suficientemente ampla para que se incluam os elementos essenciais da leitura e suficientemente restrita para que não se incluam aspectos que pertencem a outras áreas de conhecimento.

ESCRITA

A escrita é uma tecnologia, criada e desenvolvida historicamente nas sociedades humanas, podendo ser globalmente caracterizada como a ocorrência de marcas num suporte. Mesmo que, habitualmente, a função central atribuída à escrita seja a de registro de informações, não se pode negar sua relevância para a difusão de informações e a construção de conhecimentos. O avanço das novas tecnologias e as interações entre diferentes suportes (por exemplo, papel, tela) e linguagens (verbal ou não verbal)têm permitido, inclusive, o aparecimento de formas coletivas de construção de textos, como é exemplo a própria Wikipédia.

Comentários de Lucilene

Cabe ressaltar, que a leitura e escrita exerce um papel fundamental na vida do indivíduo instrumentos que vai alem do evidente.Entretanto uma boa leitura quando complementada pelo leitor, que faz sua interpretação pessoal, de cordo com suas experiências flui o encantamento do ato do ler.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/18622/1/LETRAMENTO-LEITURA-E-ESCRITA/pagina1.html#ixzz15qKB4pcG

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Por que ler e ensinar literatura?

Para ir além do simples hábito de ler. Quando lemos um livro de poesias, elas nos emocionam e os faz refletir, buscar interpretação possíveis e tirar conclusões.E se alguém contar que essa obra foi escrita durante uma guerra, por exemplo, quando todos os escritores eram exemplo, quando todos o escritores eram perseguidos? Ou chamar a nossa atenção para a estrutura do poema e os fizer pensar por que o autor usa cada palavra, cada figura de linguagem? Com certeza, nossa visão sobre a obra vai mudar e vamos entender melhor aquele conjunto de versos. É isso que acontece quando você alia o ensino da literatura às práticas da leitura. Os alunos aproveitam a teoria para ampliar o olhar pelos livros.

Quem lê

Nessa etapa da escolarização, o jovem precisa se acostumar à leitura autônoma. Mas algumas atividades coletivas podem ser mantidas (um bom exemplo é a leitura, pelo professor, de um texto difícil compreensão, com o objetivo de ajudar na interpretação). Seu papel passa a ser o de orientador, que apresenta novidades e levanta questões para o desenvolvimento do senso crítico, sempre valorizando a opinião de todos. As atividades individuais de leitura são essenciais para criar um relação pessoal com os livros, que se mantém pelo resto da vida.

Como ler

“Um segredo para formar leitores é misturar o momento de leitura íntima, silenciosa e pessoal com os outros de troca sobre como cada aluno se relaciona com o que leu,” escreveu recentemente num artigo argentino Nora Solari, especialista em Didática da Língua e de Literatura. Levar os jovens a falar sobre textos literários com os colegas é uma boa maneira de manter e ampliar seus hábitos leitores. Ao fazer com que os estudantes se aproximem de um livro que querem ler, você os coloca diante de um desafio. A turma terá de discutir e confrontar idéias para construir significados em relação à obra, terá de procurar as respostas escondidas nas entrelinhas (e esse prazer de entender melhor os livros é um dos grandes barato da literatura).

Quando ler

A leitura continua sendo uma atividade permanente do 6° ao 9° ano. Cabe a você organizar o planejamento para incluir tanto as obras obrigatórias, estudadas nas aulas de teoria literária, como os textos escolhidos livremente pelos alunos.

Onde ler

A exemplo do que foi dito em relação aos anos iniciais do ensino fundamental, não há espaços específicos para ler. O aluno que tem o habito da leitura busca os próprios campos.

O que ler

Na hora de ajudar a turma a escolher os livros, é importante conhecer o repertorio e os interesses dos estudantes (coisas que cada um curte fazer nos fins de semanas, assuntos que lhe interessam). Com base nisso, fica mais fácil sugerir leituras que farão sucesso. Segundo Rildo Cosson, autor de letramento literário: Teoria e prática, indicar uma obra que dialogue com um jogo de videogame é um meio poderoso de atrair garotada para a história. Além disso, a consolidação dos hábitos de leitura permite explorar textos mais difíceis e desafiadores, bem como, conhecer novos autores e estilos.

Fonte: Revista Nova Escola 2010.

LER PARA APRENDER A LER

O que: a confrontação da criança com listas (de nomes, frutas brinquedos, etc) e textos que ela conhece de cor – como cantigas, parlenda e trava-linguas –, propondo que neles ela encontre palavras ou “leia” trechos (antes mesmo de estar alfabetizada).


Quando propor: em dias alternados com atividades de escritas. Atividades deve ser realizada só com alunos não alfabéticos. Para os alfabetizados, é aconselhável propor outros tarefas de leituras, já que eles conseguem ler com autonomia.


O que a criança aprende: acompanhado o texto com o dedo enquanto recita os versos, o aluno busca meios de “descobrir” as palavras fazendo ajuste do falado para o escrito. Isso acontece porque ele já sabe “o que” esta escrito e precisa pensar somente no “onde”. Ele reconhece as primeiras letras e partes de palavras conhecidas ou identifica as que se repetem. Para isso, ele se vale de estratégias de leitura, como antecipação. No caso das listas, ele prevê qual será determinada palavra por já conhecer o tema em questão – frutas, cores – e, no caso dos textos memorizados, por já saber o que está escrito. Outra estratégia é a verificação, que consiste na identificação de uma letra conhecida que esteja no começo ou no fim da palavra e que confirme a antecipação feita.

Fonte: Revista Nova Escola